A resposta mais simples e rápida é: SIM. A grande premissa a ser seguida é a de que o corpo humano é um só! Muitas vezes, um problema imperceptível em um dos 28 dentes que temos na boca é o suficiente para impedir a compensação de uma doença.
Existem, é claro, condições limítrofes de verdadeira emergência médica e risco de vida que desaconselham os tratamentos chamados eletivos, mas são pouquíssimos os casos em que nada pode ser feito para resolver os problemas odontológicos de um paciente com uma doença sistêmica. Se envolver dor, mais ainda, mesmo quando a situação é de risco de vida, é possível fazer uso de medidas compensatórias temporárias e aliviar os sintomas dolorosos.
Assim, para atender um paciente com doenças sistêmicas, basta que as cautelas necessárias sejam tomadas: uma avaliação prévia criteriosa, conhecer os medicamentos em uso pelo paciente e suas interações medicamentosas com os anestésicos a serem utilizados ou medicações a serem prescritas ao final do atendimento, a verificação dos sinais vitais (pressão arterial, oximetria, glicemia) e o controle do medo de estar no dentista que, sabemos todos, é um fator decisivo para o paciente e é capaz de causas picos hipertensivos sérios.
Importante ressaltar, por fim, que ainda quando se tratar de pacientes que não acusam qualquer dor, como pacientes acamados em tratamento domiciliar, a avaliação e cuidado da região orofacial é imperiosa. Dou um exemplo: você sabia que o famoso "tártaro", "gengiva inflamada" podem ocasionar pneumonia no paciente acamado por aspiração das bactérias patogênicas que estão na boca, levando de volta aquela pessoa para UTI?
Claro, ainda que não esteja dispensado cuidado periódico de um dentista (que, para isso, poderá ir onde o paciente se encontra, como esta dentista que vos fala), tais situações podem ser controladas por meio de cuidados preventivos e higienizações diárias pelos cuidadores.
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